Rey a invocadora

Rey a invocadora

Período: Até 10/05/11

As energias do caos ainda se espalhavam pelo mundo, no exato momento em que Elesis e seus companheiros enfrentavam o Ente Antigo na Terra de Prata. Não muito distante, em outra clareira da Floresta Antiga, outra luta terminava com uma última aranha gigante sendo arremessada para o topo de uma pilha que continha uma dúzia de carcaças dos venenosos aracnídeos.

- Pronto, madame. Este era o último dos artrópodes. Agora a clareira está limpa. - disse o elegante asmodiano num tom calmo enquanto arremessava o corpo do monstro com uma só mão para o alto da pilha.

- Obrigada, James, mas até parece que vou pisar nesse chão imundo cheio de teias e sujar meu sapatinho.  Ele é um legítimo Loboteen, sabia? - respondeu a garota que o acompanhava, enquanto flutuava suavemente a meio metro do chão.

- Claro, madame, como quiser. - concordou o mordomo, enquanto se posicionava atrás de sua patroa.

- Mas que fim de mundo é esse aonde viemos parar? Será que aquele idiota está mesmo por aqui? Ai, James, do jeito que aquele incompetente é atrapalhado, nessa altura ele pode estar enrolado como uma mosca numa dessas teias, enquanto uma aranha fracote dessas está sugando todo o seu cérebro!

- Se me permite, madame, duvido que um nobre como o jovem Dio se encontre numa situação dessas.

- Oh! Tem toda a razão, James! - exclamou a garota, com os olhos brilhando, enquanto entrelaçava as mãos esperançosamente sob o queixo. - Afinal - completou ela - aquele idiota não tem cérebro nenhum para ser sugado! Hu hu hu hu! - gargalhou ela, com uma mão em frente a boca, enquanto uma enorme gota azul surgia na cabeça de seu mordomo.

Os dois foram interrompidos por um vulto negro que surgiu voando por entre as copas das árvores e desceu sobre eles.

- Rooarrrcccc! Chiiiiiiiiiiiiii!

- Ah! Fofolete! Então, algum sinal dele? Encontrou alguma pista?

- Grauuurrr! Raaaarrrcc!  Kssssssssss! Zaaaarc!

- Uma fera ensandecida e chifruda num pântano azulado próximo daqui? É, tem cara do Dio essa descrição... Tem certeza que isso era um asmodiano?

Neste exato momento, a gárgula negra que aparentemente se comunicava com a garota desapareceu numa nuvem de fumaça, antes de responder mais alguma coisa. A garota também pareceu vacilar e, escondendo uma pontada de dor, finalmente pisou no solo da floresta.

- Madame, a senhorita sabe que não deve se esforçar tanto! Deixar a invocação da Gárgula se afastar tanto assim consome muito da sua energia, é por isso que deve sempre mantê-la por perto.

- Eu... estou bem James. Não precisa se preocupar, não sou mais doente como antigamente. Vamos, é melhor investigarmos esse tal pântano. Acredito que levará pelo menos uma semana para chegar até lá, mesmo usando o teleporte.

O mordomo apenas concordou com a cabeça, mas notou com preocupação que a jovem seguiu em frente caminhando. Na orla da clareira, ela parou uma última vez para olhar para trás, como se ainda fosse possível enxergar o portal pelo qual haviam atravessado. Alisando sua luva com força, ela disse baixinho:

- Por favor, seu idiota, esteja bem... Dio... eu já estou chegando!